Oct 28, 2008

Beijinhos a todos!

O Chocolate Branco vai acabar... mas não antes de dizer-vos que gostei muito da experiência de ter um blog, de saber que alguém desse lado lia os meus mais profundos ou levianos sentimentos, com atenção suficiente para deixar um comentário.

Um grande beijo e um obrigada a todos (mesmo que poucos) que passaram por aqui! E não se esqueçam que o chocolate deixa-se derreter na boca...

Fui! ;)

Oct 15, 2008

If Only

Acabei de ver um filme, e estou óbviamente sugestionada pelo que acabei de ver e sentir.

Sabemos que vamos morrer, todos, um dia. Acredito que faz parte do nosso instinto animal, mesmo que racional, não pensar nisso constantemente. Reagimos institivamente ao perigo e ás ameaças para sobreviver, mas acabamos por não viver e conviver de acordo com o que sabemos que inevitalmente vai acontecer. A nós e aos outros.

Se assim o fizessemos, não deixaríamos por resolver todas as relações e situações mal resolvidas, com a certeza ingénua de que um dia tudo se irá compor, que o tempo é o nosso melhor amigo. E se não tivermos tempo? A eternidade é muito tempo para esperar, e dizem que só os anjos têm esse tempo...

Amanhã vou acordar de certo com um sentimento diferente. Mas hoje deito-me com a vontade de dizer a todos que amo que os amo. De pedir desculpa pelo que me assombra. De ser uma pessoa melhor amanhã.


Oct 6, 2008

Domestiquices

Hoje não fui trabalhar. Como estou doente fiquei em casa para ver se recupero. Entretanto já lavei, limpei e arrumei... Isto de ficar em casa e repousar é um mito!

Amanhã vou trabalhar porque preciso de descansar...


Sep 29, 2008

Dádiva

Fui em tempos ao cinema com a minha filha ver um filme de animação. A certa altura houve um personagem que disse: O passado é história, o futuro um enigma, mas o momento que vivemos é uma dádiva, por isso se chama “presente”.


Gostei... :)


Sep 12, 2008

Mãe de Amor

Escrevi em tempos um pequeno texto sobre o meu pai, no qual testamentei o meu amor. Senti-me por isso em falta com a minha mãe e pensei em escrever também um texto dedicado a ela. Contudo não queria que fosse óbvio, o que obviamente seria, que estava a tentar compensá-la. Mas dei por mim a remexer nas minhas lembranças à procura de uma situação suficientemente digna e representativa do meu amor por ela. Em poucos minutos cheguei a esta simples conclusão:

Não seria preciso relatar que queria estudar medicina sómente porque ela o tinha feito, nem tocar piano melodiosamente como ela, nem que foi a ela que quis ao meu lado quando a minha filha nasceu... Se durante todos os dias da minha vida, até ao momento em que escrevo estas palavras, tento ser uma pessoa melhor, e se quero tornar o mais digno possível a minha condição de mulher, é porque durante todos esses dias recebi o seu amor incondicional, o mesmo amor que todos os dias ofereço, incondicionalmente, à minha filha.

Obrigada mamã.



Sep 4, 2008

Dolce Gusto

Comprei uma daquelas máquinas de cáfe em cápsulas, concorrentes da Nespresso. Mas esta além de café expresso, faz café latte, cappuccino, chá e chocolate quente.

Agora posso pagar mais por cada café que bebo, ingerir mais calorias por cada cappuccino e chocolate quente que bebo, piorar a minha esofagite graças á cafeina de cada café que bebo e beber chá para me sentir mais saudável por cada café que bebo.

Agora não durmo, passo a vida a ir á casa de banho e estou muito feliz.


Sep 2, 2008

Terra à vista

A verdade é que ninguém pode ser responsável por uma escolha que foi nossa. A escolha foi minha, de mais ninguém, por isso é normal que o sofrimento agora seja só meu e de mais ninguém também.

Na altura não consegui ver, não consegui prever.

Hoje vejo e prevejo, porque agora me é óbvio, já que consigo ver.

Por isso a partir de agora só pode melhorar, e já marquei uma consulta com o meu oftalmologista, não vá a certeza de ver me cegar outravez, e além disso os óculos “fundo de garrafa” não são nada sexys!...

Fui.


Aug 31, 2008

Ser mãe...

Ser mãe é viver com o coração nas mãos, e adormecer feliz todos os dias...


Jul 23, 2008

Bácoros

Tenho um problema. Um problema que se agrava de dia para dia. Não o problema propriamente dito, mas a minha tolerância para com ele.

Todos os dias, quando chego ao trabalho, entro no meu escritório que partilho com mais 3 pessoas. Uma delas, o meu problema, cheira muito mal... um cheiro nauseabundo característico, resultante de uma mistura ímpar de falta de banho, falta de roupa lavada, excesso de peso e excesso de transpiração. A cereja no topo do bolo é um perfume adocicado que banha todos os outros aromas, potenciando-os.

Sento-me junto á janela, já aberta pela minha caridosa colega, esperando que o vento esteja de feição, e que o meu problema não se mexa para não movimentar o ar dentro da sala. Entretanto o meu outro colega, que se senta junto do problema, liga a ventoinha, orientada de modo a que o ar saia pela porta, na esperança que não volte a entrar. Houve em tempos um dia que chegou a vomitar, e não estou a exagerar... Desde aí um ‘desodorizante de casa-de-banho automático’ com aroma a limão, faz puff de 9 em 9 minutos dentro da sala.

Uma vez que os patrões não tomam nenhum tipo de atitude perante as nossas queixas, e uma vez que todos precisamos daquele emprego, restou-nos unir-nos, como um clã, e todos os dias rimo-nos com troca de comentários irónicos e planos mirambulantes de extermínio.

Ele não fala conosco, tem sempre os auscultadores na cabeça (embora tenha a música desligada), não responde quando lhe falam (porque supostamente está a ouvir música), deixa o telemóvel a gravar as conversas quando sai para almoçar (sózinho), e sabe perfeitamente que cheira mal e que incomoda toda a gente. Faz queixinhas aos chefes, com quem fala sempre e é muito simpático, e quando está sozinho copia o conteúdo pessoal dos outros computadores para o seu.

O meu nível de tolerância está perto do zero e ainda bem que vou de férias. Espero que ele também vá, de preferência para a praia, para se esfoliar na areia, desinfectar-se no mar, apanhar um escaldão, lhe cair a pele toda e nascer-lhe uma nova.

Tenho esperança que quando voltar ao trabalho ele vista uma pele de bebé, limpinha, a cheirar a after-sun...


Jul 21, 2008

Histórias de Encantar

Quando somos pequeninos tudo é muito simples: é preto ou branco. Não existem os conceitos do “entre-linhas” e do “cinzento”, o que facilita muito a percepção do dia-a-dia e das próprias pessoas. E ninguém nos diz o contrário, porque somos crianças e ainda não estamos preparados para compreender... Até nos bonecos animados e nos livros de histórias de encantar existem os bons e os maus.

Depois crescemos para perceber que afinal aqueles personagens nem sempre são tão bons nem tão maus como pareciam. Percebemos que as pessoas são falíveis, “humanas”, e que a vida tem sempre muito que se diga.

Mas eu cresci até aos meus 32 anos para perceber que afinal tinha razão quando criança. Afinal existem pessoas simplesmente boas e pessoas simplesmente más. Boas e más para mim, para outras pessoas não sei.

Bons, são aqueles que me fazem bem simplesmente por existirem. O seu carácter bom não deixa secar as suas almas nem gelar os seus corações, e estão sempre a aprender. São os meus amigos, a minha família, e mesmo aquelas pessoas estranhas que, durante um olhar, um gesto, transmitem grandeza de alma e companheirismo...

Tenho que por defeito somos todos “bons”. Mas existem na minha vida pessoas más, ainda que muito poucas, mas más. Fazem-me mal, sabem que o fazem, não se incomodam de o fazer e não tentam deixar de o fazer... Se lhes é indiferente ou sentem prazer nisso, não sei. Mas têm o terrível hábito de fingir perante si e todos, que não o fazem. E contudo continuam...

A verdade é que para haver histórias de encantar, além de fadas, príncipes e princesas, têm de existir, inevitavelmente, bruxas más, dragões e vilões...


Jul 12, 2008

Outro mundo

Quando era miúda não perdia um episódio do “Sport Billy”, um personagem dos bonecos animados que eu achava fantástico. Era um rapaz destemido, que enfrentava os terríveis vilões nas mais incríveis aventuras. O que me fascinava mesmo era a sua bolsa. Dela, o meu herói podia tirar tudo o que podemos imaginar... desde uma bola de futebol a um automóvel!

Hoje, ao recordar aqueles episódios, o que me impressiona mesmo é que ele nunca tirava algo que não precisasse desesperadamente naquele momento. E era quase sempre algo para salvar o mundo.

Se eu tivesse uma bolsa daquelas faria de certo o mesmo, e ajudaria os meus semelhantes, mas fechava a minha conta no banco, vendia o meu carro e deixava de ir ao supermercado. E quando estivesse farta, tirava uma bolsa igual, traçava-a ao ombro e atrirava-me lá para dentro!


Jun 30, 2008

Ornitologia

Com a idade tornei-me exigente. Quero do melhor e o melhor possível. Não tenho paciência, nem tempo para ter paciência, para menos do que isso.

Gosto mais do “mais vale só do que mal acompanhado” do que “mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”. Não quero a minha mão suja com cócós, quero que esse passarinho tenha um bom controle do seu esfíncter, o que não se pode pedir a um passarinho... por isso prefiro vê-lo a voar, num bando de preferência, que fica mais bonito.

Isto significa portanto que com a idade tornei-me mais chata, mas, como estou segura das minhas exigências, até dou aquele ar de mulher moderna que sabe o quer e que niguém se atreve a questionar. Pode ser que me safe, e me dêm o que quero, até porque isto de ser teimosa é perigoso e não quero chegar á velhice a tentar apanhar um dos passarinhos que está a voar e convencê-lo a usar fralda...

Jun 25, 2008

Amor

Hoje atravessei a ponte 25 de Abril duas vezes. De ambas as vezes, assim como de todas as outras vezes que a atravessei, lembrei-me do meu pai.

Tinha cerca de nove anos e o meu pai conduzia-me pelas ruas de Lisboa quando pedi que atravessássemos a ponte. Nascida e crescida na Ilha da Madeira, tinha o desejo de atravessar um rio e sentir-me em cima de uma ponte, de uma grande ponte. Como não fazia parte do itinerário, que me era alheio e indiferente, foi-me gentilmente negado.


Recostei-me no assento, triste, mas conformada. Os adultos sabiam sempre o que era certo, restava-me apenas aceitá-lo. Entretanto mergulhei no meu mundo de criança, cheio de pensamentos e de fantasias, sem dar pelo tempo passar, esquecendo inclusive onde estava e para onde ia.


Quando dei por mim estava sobre um grande rio, em cima de uma grande ponte... A minha alegria foi explosiva, e lembro-me de dar pulinhos no banco de trás daquele carro, que não me lembro qual era, naquela dia, que não tenho a certeza qual foi. Mas lembro-me de olhar para o meu pai e de amá-lo como nunca, mais do que aquele rio e mais do que aquela grande ponte.

Obrigada papá.



Jun 17, 2008

Dos ditados...

“Haja paciência, e um paninho para a embrulhar!”. O meu paninho está ocupado com um nó para “atar o rabo ao Diabo” de modo que a minha paciência fugiu...

Jun 12, 2008

Que fazes que não danças?

Durante a minha infância ouvi vezes sem conta a minha avó dizer: “ Que fazes que não danças? Cansas ou não tens par?”.

Tenho pensado muito nisso ultimamente... Par não tenho. Devo pois estar muito cansada. E nem trabalho as 65 horas máximas semanais que a União Europeia permite, o que quereria dizer que entraria às 7h no trabalho e largaria às 19h, com a sorte de poder folgar ao Domingo... E nem tenho de andar a pé porque ainda tenho a reserva do depósito do carro cheia, embora não haja combustível em Lisboa, e ainda posso optar pelos transportes públicos, embora não os haja até o sítio onde trabalho. Por isso não sei porque estou cansada, aliás estou com muita energia, até porque pulei muito quando Portugal ganhou o jogo e nem me lembrei do combustível nem dos transportes públicos que não tenho.
Adoro Portugal, porque ganha os jogos de futebol.


(escrito durante a greve dos camionistas)


A minha próxima vida

Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voilá! Acaba como um orgasmo! I rest my case.


Woody Allen

(obrigada pelo mail Jean)



Jan 25, 2008

Pai Natal

- Mamã! Sabias que o Pai Natal é surdo?
- ... !

(Falhou-me o pormenor de dizer-lhe que o Pai Natal só atende aos pedidos se forem feitos na presença de um adulto... É que somos uma espécie de fiadores...)

- Eu também sou um bocadinho surda mamã....
- Pois, já tinha reparado...